Pode ser que a criança não tenha companhia presencial de outra criança na aula on-line. E mesmo que tenha um irmão de idade próxima ou a eventual visita de uma amiga, a socialização na aula on-line se dá de modo totalmente diferente, quando de fato se dá.
O professor ganha um papel fundamental nessa mediação, principalmente com os pequenos, que não tem autonomia para se comunicar fora do “espaço de aula”.
Tenho um mundo pra dizer sobre a importância da socialização em um contexto educacional de dança. Quando me refiro a um contexto educacional quero dizer que o foco da aula de dança está na infância e no que se constrói nela e não em um fantasioso futuro performático.
O convívio com outras crianças é parte fundamental do processo de aprendizagem em uma aula coletiva.
No convívio, a criança percebe, vê, sente, cria, aprende, ensina, faz um milhão de brincadeiras e jogos, ri, troca, toca, entende limites, estabelece novas relações com o outro e com a dança a partir da cumplicidade lúdica que se dá com os seus pares.
Tem cheiro de sapatilha com chulé, de bala, de suor, de pum, de biscoito.
Com todos os seus sentidos a criança cria novos sentidos com o outro naquele espaço.
No modo on-line perde-se muito, muito mesmo.
Mas acredito que dá pra estabelecer alguma socialização na aula coletiva se estivermos atentos.
Eu tenho pesquisado esse ponto nas aulas que ministro para crianças de 3 a 6 anos e darei algumas ideias aqui:
👉🏾 Brincar de improviso com bailarinos e plateia. Uma parte da turma observa e a outra realiza a dança combinada. Após a observação pedir que quem viu mostre um dos movimentos
👉🏾 Aprender um movimento do amigo
👉🏾 Dar para a criança a missão de convidar pelo nome um amigo para realizar uma proposta de movimento
👉🏾 Perguntar no final da aula alguma coisa que a criança gostou de fazer e após ela mostrar pedir que todos repitam
👉🏾 Gerenciar bem os microfones de modo que a criança possa ser ouvida de verdade pelas outras
Se você tem alunos ou filhos dessa idade, me conta o que tem observado sobre isso?
